Fundada em Junho de 1913 por iniciativa de Afonso Costa, Presidente do Ministério do V Governo da República, a Faculdade de Direito de Lisboa abriu as suas portas em Dezembro do mesmo ano contando para o efeito com um corpo diminuto de professores – sete doutores e bacharéis – e com uma frequência escolar de algumas dezenas de alunos. Não dispondo de instalações próprias, inaugurou aulas no edifício da antiga Escola Politécnica, após o que transitou para o Palácio dos Viscondes de Valmor, sito no Campo dos Mártires da Pátria, onde permaneceu até 1958. Remonta a este período a consolidação do seu prestígio nacional e internacional, mercê da confluência de quatro fatores distintos, a saber: recrutamento do pessoal docente através de concursos de provas públicas; transferência de mestres da Faculdade de Direito de Coimbra; outorga do grau de doutor honoris causa a personalidades estrangeiras de reconhecido mérito; ligação dos seus escolares à vida política, social e cultural do País.
Em 1958 transferiu a sua sede para o campus da Cidade Universitária, onde permanece instalada em edifício próprio cujo risco se deve ao Arq. Pardal Monteiro e cuja decoração reuniu grandes artistas plásticos da época, a exemplo de Almada Negreiros, Lino António, Barata Feyo e António Duarte. Já nos últimos anos do século XX foi iniciada a construção de um novo edifício, anexo ao primeiro, que, modernizando a Escola, a dotou de uma biblioteca presencial, de um auditório informatizado e de uma sala de audiências para simulação de julgamentos. Ao longo dos jardins e corredores deste novo cenário, projetado pelos Arqs. Rui Barreiros Duarte e Ana Paula Pinheiro, podem contemplar-se obras de arte – cerâmica, pintura, escultura, gravura – executadas por docentes e alunos da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa ao abrigo de um original Protocolo celebrado entre as duas instituições. Andreas Stocklein, Annamarie Jankovics e Pedro Saraiva constituem seguramente nomes a reter.
Pessoa coletiva de direito público dotada de autonomia cultural, científica e pedagógica, a Faculdade de Direito de Lisboa é fundamentalmente um espaço de liberdade: liberdade de ensino, de investigação, de transmissão e difusão da cultura jurídica.